La poesia in musica di Chico Buarque

Alcune tra le sue più belle canzoni con testo originale a fronte

 

Traduzione di  Bruno Persico

 

  Le mie bambine 
Chico Buarque/1986
Per la pièce Le quattro bambine

 

Guarda le mie bambine
Le mie bambine
Dove stanno andando
Già escono sole
Le note della mia canzone
E se ne vanno
Portando storie
Illuminate di sì
Passando attraverso di me
Confondendo le linee
Della mia mano.

Le bambine son mie
Solo mie nella mia illusione
Nella cristallina canzone
Della mia immaginazione.
Può il tempo
Segnare i loro percorsi
Nei visi
Con le linee
Delle notti di molti no
E la solitudine
Maltrattare le bambine
No, le mie no.

Le bambine son mie
Solo mie
Le mie bambine
Del mio cuore.



As minhas meninas 1986
Para a peça As quatro meninas

Olha as minhas meninas
As minhas meninas
Pra onde é que elas vão
Se já saem sozinhas
As notas da minha canção
Vão as minhas meninas
Levando destinos
Tão iluminados de sim
Passam por mim
E embaraçam as linhas
Da minha mão

As meninas são minhas
Só minhas na minha ilusão
Na canção cristalina
Da mina da imaginação
Pode o tempo
Marcar seus caminhos
Nas faces
Com as linhas
Das noites de não
E a solidão
Maltratar as meninas
As minhas não

As meninas são minhas
Só minhas
As minhas meninas
Do meu coração

Ultima stazione   

                 
Rio delle colline
Crocevia di popoli
Ogni riva una nazione.
A suo modo
Con ladri,
Lavandaie, il suo onore e le sue tradizioni,
Le sue frontiere, i grandi calibri
San Sebastiano crivellato
Questa è la mia visione
Nella notte 
Del Grande Fuoco di gioia 
Voglio vedere la Mangueira
Ultima stazione
voglio sentire le sue percussioni.
Rio senza limiti,
Gente 
Completamente folle
In pieno di diritto di esserlo
I loro modi di fare, 
Stravaganze inspiegabili
Cascate di passioni dannate….
San Sebastiano crivellato
Questa è la mia visione
Nella notte 
Del Grande Fuoco di gioia 
Voglio vedere la Mangueira
Ultima stazione
voglio sentire le sue percussioni.

Estação derradeira 
Chico Buarque/1987

Rio de ladeiras
Civilização encruzilhada
Cada ribanceira é uma nação
À sua maneira
Com ladrão
Lavadeiras, honra, tradição
Fronteiras, munição pesada
São Sebastião crivado
Nublai minha visão
Na noite da grande
Fogueira desvairada
Quero ver a Mangueira
Derradeira estação
Quero ouvir sua batucada, ai, ai
Rio do lado sem beira
Cidadãos
Inteiramente loucos
Com carradas de razão
À sua maneira
De calção
Com bandeiras sem explicação
Carreiras de paixão danada
São Sebastião crivado
Nublai minha visão
Na noite da grande
Fogueira desvairada
Quero ver a Mangueira
Derradeira estação
Quero ouvir sua batucada, ai ai 


Album 
Chico Buarque/1977-1978
Per la pièce Oper a do malandro,

Se per caso mi desideri
Io sono di quelle
Che dicon solo di sì
Per una cosa a caso
Una serata allegra
Un cinema, una rivista

E se hai qualche rendita
Accetto anche regali
Una cosa qualsiasi
Come una pietra falsa
Un sogno di valzer
O un ritaglio di setino

E farò quello che vorrai
Dirò mille verità
Sempre a mezza luce
E ti farò credere, o vanitoso,
Che sei il migliore, e che mi possiedi

Ma il mattino seguente
Senza contare fino a venti
Ti allontanerai da me
Ormai non valii niente
Non sei che una pagina girata
Strappata dal mio album



Folhetim 
Chico Buarque/1977-1978
Para a peça Ópera do malandro,
de Chico Buarque

Se acaso me quiseres
Sou dessas mulheres
Que só dizem sim
Por uma coisa à toa
Uma noitada boa
Um cinema, um botequim

E, se tiveres renda
Aceito uma prenda
Qualquer coisa assim
Como uma pedra falsa
Um sonho de valsa
Ou um corte de cetim

E eu te farei as vontades
Direi meias verdades
Sempre à meia luz
E te farei, vaidoso, supor
Que és o maior e que me possuis

Mas na manhã seguinte
Não conta até vinte
Te afasta de mim
Pois já não vales nada
És página virada
Descartada do meu folhetim



Guardandoti negli occhi

Quando mi hai lasciato, amore mio,
Mi hai detto: sii felice, addio!
Sono quasi morta di gelosia, quasi impazzita,
Ma poi, come sempre succede, mi sono rassegnata.



Quando mi vorrai rivedere
Mi troverai trasformata, credimi.
Guardandoti negli occhi voglio vedere cosa farai
Sapendo che anche senza di te la mia vita continua, e bene.


Mi sento persino più giovane
Ritrovandomi a cantare 
Senza un perché.
Molta l'acqua che è scorsa,
E molti gli uomini che mi hanno amata
Di più e molto meglio di te 

Se un giorno avrai bisogno di me
Sappi che questa è sempre casa tua, vieni pure
Guardandoti negli occhi
Voglio vedere cosa dirai
E come sopporterai di vedermi tanto felice.

Olhos nos olhos
Chico Buarque/1976

Quando você me deixou, meu bem
Me disse pra ser feliz e passar bem
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci
Mas depois, como era de costume, obedeci


Quando você me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer
Olhos nos olhos, quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você eu passo bem demais


E que venho até remoçando
Me pego cantando
Sem mas nem porque
E tantas águas rolaram
Quantos homens me amaram
Bem mais e melhor que você

Quando talvez precisar de mim
'Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim
Olhos nos olhos, quero ver o que você diz
Quero ver como suporta me ver tão feliz